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Síndrome de Burnout
Esgotamento físico e mental podem ser os primeiros indícios de desenvolvimento do transtorno
Por Pauline Machado
Você já sentiu um estado de esgotamento físico e mental, em consequência de fatores ligados ao trabalho? Então, atenção: você pode ser vítima da Síndrome de Burnout, uma das formas de estresse ocupacional.
Primeiros sintomas
Mas, como saber se temos predisposição, ou se já estamos desenvolvendo o transtorno? Segundo a psicóloga especialista na terapia cognitivo comportamental, Gisela Nonnenberg, existem alguns fatores de risco que variam de acordo com elementos pessoais, do tipo de trabalho realizado e do ambiente que podem ajudar a avaliação. “Perfeccionismo, ansiedade exagerada, impaciência, alta competitividade, idealismo elevado, idade (indivíduos com menos de 30 anos apresentariam risco maior), seriam algumas das características pessoais; os fatores de risco do trabalho e do ambiente costumam ser o trabalho noturno ou por turnos, sobrecarga de atividades , nível de exigência elevado, profissões que demandem maior proximidade com clientes, excesso de burocracia e normas da instituição, assim como um maior número de mudanças dentro da organização e, por fim, atividades que apresentem maior risco à segurança do trabalhador como policiais, bombeiros ou profissionais que atuem em locais considerados perigosos. Devemos ficar atentos aos primeiros sinais de estresse, fadiga e insatisfação profissional. Muitas vezes nos encontramos muito infelizes na profissão que antes considerávamos a de nossos sonhos e passamos a questionar essa escolha de forma profunda. Se esse processo é acompanhado dos sintomas clássicos de estresse num nível elevado, deve-se ficar atento”, recomenda a psicóloga.
Tratamento
Embora exista um perfil geral de sintomas e características da síndrome e algumas diretrizes de tratamento, o recomendável é que o tratamento seja individualizado, pois cada pessoa é única e possui uma história singular, justifica. “O tratamento divide-se em individual e na empresa e compreende diversos programas diferentes. Existem programas de prevenção dentro das organizações que focam na redução de fatores estressores e no aumento da qualidade de vida do colaborador, mas estes são escassos e muitas vezes implementados de forma precária. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem se mostrado como a mais eficaz para o tratamento, pois, envolve técnicas de relaxamento, reestruturação cognitiva e técnicas de resolução de problemas, entre outras”, detalha.
Ela enfatiza ainda que os resultados variam de caso a caso, mas, é possível alcançar melhorias em oito semanas. “A resposta vai depender da gravidade, do retorno do paciente, se este apresenta outros transtornos e de outros fatores”, explica.
Cuidados para evitar a reincidência
Em alguns casos, mesmo após o tratamento os sintomas da Síndrome podem voltar. Por isso, o recomendado é que a pessoa mude o seu estilo de vida, que funcionem como formas de prevenção a aprender a lidar melhor com situações que possam gerar estresse, orienta Gisela. “Há várias alternativas como a prática da Yoga, técnicas de meditação e a prática regular de exercícios físicos, especialmente aeróbicos também são ótimos coadjuvantes, além de uma alimentação saudável. Tais atividades auxiliam a combater os fatores físicos do estresse em geral. Vale ressaltar que perdemos mais nutrientes pela urina quando nos encontramos sob forte pressão. O tremor nos olhos pode ser causado por carência de vitaminas do Complexo B, por exemplo”, indica.
Dez recomendações para evitar a Síndrome de Burnout no dia a dia:
· Cultivo de outros interesses fora do trabalho;
· Possuir vários amigos de diferentes profissões, além da escolhida;
· Hobbies que tragam alegria e satisfação;
· Participação em grupo de discussão de trabalho para discutir problemas relacionados à profissão;
· Leitura de outros tipos de literatura além de material técnico;
· Abertura a novas experiências;
· Auto avaliação da própria vida de tempos em tempos a fim de traçar novas metas e estratégias para resolver o que estiver apresentando problemas e comprometendo as demais áreas;
· Postura ativa na vida profissional;
· Conhecimento da própria individualidade e de como aproveitá-la na vida profissional;
· Aquisição de um sistema de estratégias adequadas para enfrentar condições negativas.
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