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Você consegue viver sem tecnologia?

 

Entenda o que é Compulsão por Tecnologia e como este distúrbio pode afetar a sua vida

 

Por Pauline Machado

 

Você consegue ficar um dia sem acessar a internet? E ao Facebook, então? Consegue sair sem levar o celular? E quando o leva, tem a necessidade de ficar o tempo todo conectado? Enfim, se respondeu sima todas as perguntas, você pode sofrer de Compulsão por Tecnologia.

 

Trata-se de um conceito bastante atual, considerando os processos de globalização e a aceleração dos avanços tecnológicos que tem criado cada vez mais novas formas de comunicação e entretenimento, opina Vanessa Monteiro Silva, Psicóloga Clínica e Mestranda pela Universidade Federal Fluminense.

 

De acordo com ela, a compulsão por tecnologia é uma necessidade que algumas pessoas adquirem de se conectarem a todo o momento a aparelhos como celulares e computadores, a ponto de prejudicarem sua relação com os outros elementos de seu cotidiano. “Trata-se de uma individualização exacerbada visto que a sociedade como um todo tem buscado e alimentado como uma de suas necessidades o mundo virtual”, avalia a psicóloga.

 

Vanessa acrescenta ainda que o diagnóstico da Compulsão por Tecnologia é muito delicado. Isso porque, atualmente, grande parte da população se vê usufruindo das tecnologias por um período grande de seu dia, justifica. “A compulsão é definida pela análise conjunta do grau de necessidade, urgência e ansiedade produzidas em torno da relação com a tecnologia. A principal característica é a necessidade de acessar aparelhos eletrônicos a todo instante, muitas vezes acompanhada de certo desinteresse por outras questões e pessoas que participam da rotina do sujeito. Pode haver, ainda, aumento de ansiedade e sensação de angústia no caso de estar em situações que não permitam o acesso”, enfatiza.

 

Os mais propensosExplicada pela lógica ‘quanto maior a oferta, maior a demanda’, há maior probabilidade de jovens desenvolverem uma compulsão por tecnologia por conta da oferta de aplicativos e aparelhos destinados a esse público, observa a psicóloga. Segundo ela, dentre os principais meios de acesso que vêm tornando os indivíduos afixados aos eletrônicos estão as redes sociais e os jogos interativos. “No entanto, não há uma relação direta entre o desenvolvimento da compulsão e faixas etárias, até porque o número de adultos usuários de aplicativos diversos, redes sociais e até mesmo jogos, é não apenas grande, como crescente. Entretanto, há algumas pistas que podem nos ajudar a avaliar se estamos ou não desenvolvendo um modo compulsivo de lidar com a tecnologia:

 

 

- até que ponto me sinto dependente dos aparelhos?;

- o quanto tenho pensado em usar aparelhos eletrônicos quando não estou usando?;

- fico desconfortável ou ansioso quando não acesso a tecnologia?;

- tenho vivido em função disso ou isso tem me servido quando convém?

 

Essas perguntas não têm respostas certas nem erradas, mas podem ajudar a avaliar o grau de dependência às ferramentas tecnológicas”, dá a dica.

 

Malefícios e Tratamentos

Os danos mais comuns à saúde em decorrência dessa compulsão são: dependência aos dispositivos tecnológicos; prostração e adiamento de outras tarefas; possível interferência em relações interpessoais, quando estes vínculos ficam prejudicados; além de possíveis danos oftalmológicos, auditivos ou motores, dependendo do caso, e, mais: a compulsão, mesmo quando tratada, ainda pode voltar, pontua a psicóloga. “Se você desconfia ser compulsivo, busque um profissional para avaliação e acompanhamento, ainda que o fato de se identificar com alguns desses sintomas não signifique compulsão. Há inúmeros fatores qualitativos a serem avaliados nas brechas deixadas pelas pistas acima, por exemplo, a atividade profissional que exerce, o tipo de rotina que leva, etc. Muitas pessoas podem concordar com algumas das afirmações escritas sem terem desenvolvido uma Compulsão por Tecnologia. O diagnóstico de compulsão é muito delicado e demanda uma avaliação mais profunda e localizada”, adverte e finaliza Vanessa Monteiro.

 

 

 

Comportamento

Vanessa Monteiro Silva, Psicóloga Clínica e Mestranda pela Universidade Federal Fluminense.

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