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Se você tivesse a oportunidade de realizar um sonho, o que faria?

 

Essa é a pergunta que permeia toda a história de Jefferson Miranda, um carioca de sorriso franco e contagiante, que posteriormente também seria conhecido, carinhosamente, como Bilisco, o filho de dona Ana Maria das Neves – sua eterna fonte de inspiração e força, sua referência de mulher guerreira e batalhadora.

 

Seu contato com o movimento artístico começou no final dos anos 80, início da década de 90, ainda em sua casa no morro da Árvore Seca, no Lins de Vasconcelos, zona norte do Rio. Jefferson e seus primos começavam a ser contagiados pelo batuque da percussão tocada por seus tios e vizinhos. A partir de então, percebeu que não poderia mais viver sem aquela melodia e começou a frequentar o tradicional reduto do samba no subúrbio carioca - Tia Doca, Cacique de Ramos e grupos de samba em Marechal Hermes – tocando percussão e cavaquinho em companhia dos seus tios José Paulo Marques e Fernando Marques. A essa altura, Jefferson já não era mais aquele menino que apenas admirava os tios no quintal de casa - agora ele também fazia parte do grupo.

 

Alguns anos depois, ao assistir ao show do Zeca Pagodinho, teve a certeza de que mais a frente mudaria o rumo da sua vida. “A apresentação de um casal de dançarinos foi uma das coisas mais lindas que já tinha visto: a troca de olhares, a desenvoltura coreográfica, a espontaneidade dos movimentos, a sintonia entre os dois, o lindo figurino... Tudo me chamou a atenção e eu disse a mim mesmo: ‘eu quero isso para a minha vida!’”.

 

A partir daquele dia entrou para uma Escola de Dança de Salão. Logo no ano seguinte, seu primeiro mestre – Remilton Francisco, lhe disse: “Filho, não posso te segurar aqui. Você tem asas que não imaginava e quero que desenvolva isso!” E, então, o indicou para um casal de amigos donos da Escola de Danças do Centro Cultural Carioca – Isnard Mando e Mariana Baltar – nada mais, nada menos do que o casal que o encantou no show do Zeca Pagodinho.Nessa época já havia se tornado Jefferson Bilisco, apelido dado pelo amigo Júnior Santos, em suas primeiras aulas de dança. "Quando era preciso ele fazia a parte da dama nas aulas. E, em certa ocasião, eu acertei um passinho e gritei: ‘Que bilisco, hein?!’ – era uma frase que eu sempre falava quando estava feliz e então ele falou: ‘Bilisco, para com isso!’ Nascia então seu nome artístico – Jefferson Bilisco.

 

Em 2005 entra como aluno para a Escola de Danças do CCC e três meses depois passa na audição para bolsista, quando em uma das aulas, Isnard Manso, seu novo mestre o faz a seguinte pergunta: “Jefferson, temos uma companhia de dança e trazemos o Samba como gerador principal de movimento. Você quer fazer parte?”. “Eu não tinha a menor condição, pois trabalhava e ajudava em casa com as despesas. Era chefe de setor na área de informatica, mas aquele convite mexeu muito comigo – era meu sonho trabalhar com a dança. Então conversei com minha mãe e perguntei: ‘se você tivesse a oportunidade de realizar um sonho, o que faria?’ - ‘Eu realizaria’, respondeu ela. Foi quando eu contei tudo a ela, pedi demissão e desde então, mergulhei de cabeça!”, se emociona Bilisco.

 

A partir de então, a dinâmica da sua vida mudou significativamente – apresentações no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, outras junto à Cia de Dança do CCC, e as viagens por anos consecutivos pela Europa para ministrar Workshops de samba no pé, samba dança, samba de gafieira e forró tornaram-se constantes em seu dia a dia.

 

Na sequência vieram novos convites e parcerias, como a com a cantora e dançarina Dandara Ventapane e um dos maiores desafios e responsabilidades da sua carreira - o convite feito pela bailarina e cantora Mariana Baltar – aquela por quem se sentiu encantado ao vê-la dançar com Isnard Manso no show do Zeca Pagodinho - para se apresentar com ela em Veneza, na Itália.

 

Até o Carnaval de 2009, Bilisco foi integrante da Comissão de Frente da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel, sendo coreografado por Marcelo Misailidis, ganhando o Estandarte de Ouro e Tamborim de Ouro - dois prêmios mais cobiçados do Carnaval carioca.Sem deixar de ministrar suas aulas de dança de salão, forró e salsa na Escola de Danças do CCC – que são um sucesso -, em 2011, Bilisco também foi agraciado por dois convites especiais.

 

Em parceria com Dandara Ventapane coreografaram e se apresentaram na nova turnê do cantor e compositor Arlindo Cruz, que perdura até os dias atuais.Também foi convidado a participar das edições do Bailão do Sabiá, junto ao cantor João Sabiá, dando aulas antes do show e se apresentando com a dançarina Paulinha Leal.

 

Para fechar 2011, junto com a professora de dança Rosangela Pinheiro ministrou Workhop de samba de gafieira na Academia Bailar, em Buenos Aires na Argentina.

 

Em 2012 o ritmo continuou agitado – aulas na Escola de Danças do Centro Cultural Carioca, apresentações da Companhia de Dança CCC, shows do Arlindo Cruz e João Sabiá.

 

O ano de 2013 trouxe mudanças no carnaval, tornando-se bailarino da Comissão de Frente G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira e coreógrafo da Comissão de Frente da G.R.E.S. Leão de Nova Iguaçu, 2013, além de ter sido convidado a coreografar e a ser bailarino do DVD do Arlindo Neto.

 

Para 2014, o ano promete muito mais!

Jefferson Bilisco  | Biografia

Modelo, bailarino, coreógrafo e professor de dança na Escola de Dança do Centro Cultural Carioca

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